segunda-feira, 1 de abril de 2013

OSTENSÃO TELEVISIVA DO SANTO SUDÁRIO DE TURIM

                              


                                  
                           OSTENSÃO TELEVISIVA DO SANTO SUDÁRIO DE TURIM




Tal como previsto, pontualmente às 16:30 (hora de Portugal) do passado sábado santo 30 de Março 2013, a estação televisiva «laica» RAI-Uno iniciou a emissão directa da catedral de S. Giovanni Battista em Turim no âmbito da ostensão televisiva do Santo Sudário de Turim que recordamos será ao que tudo indica o lençol que envolveu o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo no sepulcro e no qual ficaram patentes as marcas da Paixão e a enigmática imagem da região dorsal e ventral do Seu corpo.



Esta mostra televisiva autorizada pelo Papa Emérito Bento XVI no seu ultimo dia de Pontificado, e que foi considerado um presente de despedida, ocorreu precisamente quarenta anos depois da primeira mostra televisiva a preto e branco, no pontificado de Paulo VI, permitiu que crentes e não crentes de todo o mundo, pudessem contemplar a reliquia mais venerada da Cristandade, e desfrutar de um programa de excalente qualidade, que durou cerca de hora e meia e surpreendeu pela riqueza do conteudo e mensagem nele implicita.


Não sendo uma exibição pública, não obstante o interior da catedral estava repleto, entre elementos de clero, membros dos coros, grupos musicais, palestrantes, e entre o público muitos deficientes em careiras de rodas, cuja presença foi especificamente solicitada pelas autoridades religiosas.


Usaram da palavra o professor Bruno Barberis (eminente professor catedrático de Fisica e Matemática da Universidade de Turim, e presidente do Centro Internacional de Sindonologia-Turim) o qual focou aspectos cientificos mas sobretudo espirituais do sagrado lençol, e o Arcebispo de Turim, Monsignore Cesare Noviglia, o qual também fez uma oração de benção às pessoas com deficiência presentes.

Outros membros do clero e laicos proferiram alocuções, leituras das escrituras intercaladas por excelentes performances de coros , áreas musicais executadas por uma jovem soprano italiana, declamações de poesia, tendo actuado também um grupo catalão que cantou a Ave-Maria na sua lingua e até um coro americano de «Gospel» surpreendeu pela força com que a cantora negra executava os temas vocais.


Conduzidos pelos seus acompanhantes os deficientes desfilaram em frente ao Santo Sudário, desta vez exibido na sua capela da ala esquerda do templo, sendo marcante observar a devoção e fervor daqueles que conservavam algumas capacidades mentais e motoras.


Mas sem dúvida marcante, e talvez mais um sinal de tempos de mudança,, foi a alocução do Papa Francisco a partir do seu gabinete no Vaticano, da qual destaco algumas passagens:

«Queridos Irmãos e irmãs, junto-me a todos vós reunidos perante o Santo Sudário e agradeço ao Senhor que atravez da tecnologia moderna nos oferece essa possibilidade... esta face tem olhos que estão fechados, é a face de alguém que está morto no entanto misteriosamente está a observar-nos e em silêncio fala-nos.

Como é isto possível? como é que crentes como vós param diante deste ícone de um homem flagelado e crucificado? É porque o Homem do Sudário nos convida a contemplar Jesus de Nazareth. Esta imagem impressa no tecido fala-nos ao nosso coração e motiva-nos a subir a colina do Calvário e olhar para o madeiro da Cruz e imergirmo-nos no eloquente silêncio do amor..... Por meio do Santo Sudário, a única e suprema palavra de Deus vem até nós...»

Depois de comparar o sofrimento patente na imagem do corpo flagelado e crucificado de Jesus no sagrado lençol, com o sofrimento de homens e mulheres provocados pela violência e pela guerra, o sumo pontífice realçou que o poder do amor de Deus e do Ressuscitado se sobrepõe a tudo o mais, terminando a sua alocução com uma oração de S. Francisco de Assis.



Bem haja a RAI que nos deu a possibilidade de desfrutarmos de um maravilhoso programa que nos proporcionou inesquecíveis momentos de um sublime prazer espiritual.

È tempo da Igreja tomar consciência do «tesouro» que possui e que é o legado que Deus permitiu chegasse até nós da imagem do Seu Filho, e do Seu sofrimento infligido pela maldade dos homens, ele é a palavra viva para a tão falada «nova evangelização».



                                                          Antero de Frias Moreira





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