segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

   A IMAGEM PATENTE NO SUDÁRIO DE TURIM PERTENCE A JESUS CRISTO????



Neste ano que se inicia vai decorrer a Solene Ostensão do Santo Sudário,
Será que quem se deslocar a Turim ao evento estará a contemplar a enigmática imagem corporal de Jesus Cristo impressa no lençol?

É com esta questão provocatória que iniciamos a analise deste assunto que é sem dúvida de grande importância, mas dada a extensão do «post» convido os leitores a irem buscar uma chávena de chá.

Não foi apenas uma única vez,que depois de uma conferência ou palestra ou noutras ocasiões me questionaram se eu tinha a certeza de que a imagem corporal patente no Sudário pertencia a Jesus Cristo, pois mesmo que os testes de Carbono 14 de 1988 não fossem válidos, na Palestina do I século haveria muitos habitantes do séxo masculino com cabelo e barba comprida,

Confesso que depois de conter uma certa irritação e revolta tentei educadamente responder a essa questão (maldosa ou naif ?) pois tais pessoas fizeram ou fazem propositadamente (ou não?) tábua rasa dos seguintes aspectos:

-Documentos e estudos históricos ligados ao Sudário,
-Toda a tradição histórica ligada ao Sudário, conotando-o com o lençol funerário que cobriu o corpo de Cristo no sepulcro.
-O facto de as imagens lesionais patentes no lençol serem absolutamente compativeis com os supliceos infligidos a Jesus, consoante concluido por peritos forenses e de acordo com os Evangelhos. 
-Os numerosos icones da arte sacra nomeadamente Bizantina, representando Jesus Cristo e que comprovadamente tiveram a sua fonte de inspiração artistica na imagem facial do Sudário, o mesmo sendo aplicável por exemplo a moedas cunhadas no reinado de Justiniano II no século VII ,

-Do ponto de vista cientifico o aspecto das áreas imagem em ampliação ou microscopia é bastante singular pois observam.se fibras coloridas ao lado de fibras não coloridas, e os estudos fisicos e quimicos concluiram pela ausência de qualquer substância estranha ao tecido responsávell pela cor da imagem, ela resultou sim de transformações quimicas nas próprias fibras de linho.

-Não se sabe ainda do ponto de vista cientifico o que provocou as reacções quimicas nas fibras de linho, estando ainda em aberto se foi a nivel da «parede primária» da fibra ou de um revestimento polissacarídico resultante do tratamento final da peça por lavagem em solução de «Saponaria Officinalis» consoante prática no século I.

-A imagem corporal do Sudário comporta.se como um negativo fotográfico e para além disso tem codificada informação volumétrica e tridimensional apenas «extraida» por tecnologia informática de finais do século XX (analisador de imagem VP-8 utilizado pela N.A.S.A.) e programas de processamento 3D actuais.
Nenhuma fotografia, pintura, fotografia de escultura ou pintura, produz o mesmo resultado que a imagem patente no Sudário quando submetida a análise com os meios referidos.
Enquanto que a imagem sindónica revela como que um baixo relevo anatómicamente correcto, as outras imagens mostram distorsões e indefinições, pois não tem verdadeira codificação volumétrica.
SEM QUALQUER DÚVIDA A IMAGEM PATENTE NO SUDÁRIO CORRESPONDE AO CORPO DE UM FLAGELADO E CRUCIFICADO,
-Com o actual conhecimento sobre a fisica e quimica da imagem, não foi ainda possivel reproduzir em condições experimentais uma imagem com TODAS as caracteristicas da Imagem Sindónica.
Recordemos o fracasso da experiência do quimico italiano Professor Luigi Garlaschelli em 2010, e mais recentemente as imagens mostradas no Workshop de Bari utilizando tecnologia Laser e campos eléctricos de «descarga de corona», as quais, diferem notóriamente do ponto de vista macroscópico da imagem original, embora partilhem muitas afinidade do ponto de vista quimico e microscópico.

-ATÉ HÀ PRESENTE DATA NÃO FOI AINDA POSSIVEL REPRODUZIR UMA IMAGEM IGUAL Á PATENTE NO SANTO SUDÁRIO-ISTO É UMA VERDADE INQUESTIONÁVEL

Do ponto de vista espiritual e de lógica filosófica é pois admissivel inferir que se algo extraordinário aconteceu, não explicável pela ciência, tenha sido com Aquele que é conotado como o enviado de Deus ou considerado o Filho de Deus e não com um ilustre judeu desconhecido de cabelo e barba comprida,

Claro que aquele lençol não tem aposto o carimbo de um tablião de Jerusalém do seculo I a confirmar a identidade do corpo nele envolvido, mas devo informar as pessoas que me levaram à elaboração deste «post», que mesmo os «cépticos clássicos» da autenticidade do Sudário como Joe Nickell ou Steven Schafersmann, ou mais actuais como os Drs. Hugh Farey Colin Berry ou o historiador Dr. Charles Freeman nunca puseram em causa que a imagem patente no Sudário de Turim correspondente a Jesus Cristo.
Já em 1902, periodo em que imperava um materialismo gritante na sociedade, nomeadamente nos meios científicos, o médico anatomista da Sorbonne Dr. Yves Delage, o qual se assumia como agnóstico, ao estudar a imagem corporal e aspectos lesionais patentes no Sudário não teve qualquer dúvida em afirmar publicamente numa comunicação cientifica na Academia de Ciências de Paris que aquela era a imagem de Jesus Cristo com todas as marcas da Paixão, atitude que lhe valeu uma forte critica da parte do Dr Berthelot, presidente da referida Academia, criticando veementemente a menção a Jesus Cristo!

Todavia a ciencia não pode de forma agluma identificar o Homem do Sudário, apenas fornecer elementos que nos apontem uma conclusão com um determinado «grau de probabilidade de certeza»

Assim sendo, probabilisticamente quanto mais próximo de 1 mais certeza e quanto mais próximo de zero mais improvável será o facto,

Ei-.nos chegados ao aspecto fulcral deste post, o calculo probabilistico,

Noções elementares de calculo de probabilidades;

Considerando o número de casos possiveis e o número de casos favoráveis, se lançarmos uma moeda ao ar, a probabilidade de sair caras é de 1/2, no caso de um dado lançado a probabilidade de sair 6 será de 1/6
A probabilidade de ao lançar uma moeda e um dado sairem cara e 6 será de 1/12 (multiplicação dos denominadores das fracções)

Calculo Probabilistico Aplicado ao Sudário de Turim

Vários estudiosos aplicaram o calculo de probabilidades para aferir em termos matemáticos qual o grau de probabilidade de aquela imagem ser de Jesus Cristo, não podemos obviamente referi-los a todos, iremos sumarizar e adaptar o interessante trabalho do Professor Bruno Barberis *, professor catedrático de Fisica e Matemática na Universidade de Turim.

Foram estudadas 7 caracteristicas comuns entre a imagem patente no Sudário (que designaremos por Homem do Sudário) e Jesus Cristo, no que concerne aos relatos da Paixão contidos nos Evangelhos.
Sendo a imagem do Homem do Sudário inequivocamente de um crucificado, foi atribuido um valor probabilistico a cada uma das caracteristicas, no sentido de se determinar qual a probabilidade de esse crucificado ser Jesus (note-se que os valores atribuidos foram os mínimos admissiveis...)

1-O envolvimento do corpo num lençol funerário  1/100

Naquela altura a esmagadora maioria dos crucificados era deixada na cruz como forma de atemorizar a população, e comida por animais selvagens ou posteriormente lançada numa vala comum.
Apenas em casos excepcionais consoante contemplado na Digesta romana, a familia podia reclamar o corpo para sepultamento se a autoridade romana local permitisse. 

2- As lesões na cabeça  1/5000

Dado não haver descrição de aplicação rotineira de um capacete de espinhos na cabeça dos crucificados, e apenas relatos esporádicos de torturas a cristãos como forma de zombaria, a probabilidade de ter havido um crucificado com essa lesões é extremamente baixa.

3- Transporte do patibulum 1/2

Nem todos os condenados à crucifixão tranportaram o «patibulum» (componente horizontal da cruz que encaixava no «stipes» componente vertical patente no local das execuções), houve crucifixões em massa nas quais os condenados eram crucificados no local.
Na região dorsal da imagem do Homem do Sudário é possivel observar marcas compativeis com o transporte do patibulum.

4- Crucifixão com cravos(pregos)  1/2

Nem todas as crucifixões se efectuavam com cravos muitas vezes os condenados eram fixados com cordas à cruz, nomeadamente nas crucifixões em massa, experienciando uma morte lenta e dolorosa por inanição e deficit cardiorespiratório

5- A Ferida do Lado (ferida da lança)   1/20

De acordo com a legislação romana nenhum condenado à crucifixão poderia ser removido da cruz com vida, pois essa forma de pena capital destinava-se a proporcionar ao condenado uma morte lenta e atroz.
Em alguns casos, para obviar o sofrimento do condenado, muitas vezes por pedido e pagamento da familia, os soldados da guarnição fracturavam os membros inferiores do condenado( designado por «crurifragium»), para acelerar a sua morte por asfixia.
Raramente e apenas como acto confirmatório da morte o condenado era trespassado por uma lança.
Neste caso o Evangelho de S. João é absolutamente elucidativo quanto ao que aconteceu com Jesus.

6- O sepultamento apressado    1/20

A imagem do Homem do Sudário com os aspectos lesionais mostra que o sepultamento terá sido apressado pois ou não foi efectuada lavagem, acto preconizado  nos rituais funerários judaicos, ou esta foi apressada, e o corpo não foi envolvido em unguentos (embora tenham sido encontrados por métodos imunológicos residuos de mirra e aloes que teriam sido colocados no lençol)

7- Permanência breve do corpo no lençol após o sepultamento  1/500

Sabemos que de acordo com os antigos costumes funerários judaicos, o corpo envolto no lençol permanecia no sepulcro durante um ano, altura em que os familiares iam recuperar as ossadas para o segundo sepultamento em ossários.
Claro que assim sendo, a putrefacção do cadáver iria danificar o tecido e impregná-lo com residuos de putrefacção.
De acordo com parecer de peritos de patologia forense, a imagem do Homem do Sudário é de um cadáver em «rigor mortis» (rigidez cadavérica) e a equipe S.T.U.R.P. quando efectuou estudos quimicos no tecido para caracterização de grupos quimicos funcionais, não encontrou residuos de natureza lipidica, nomeadamente residuos de ácidos gordos de putrefacção corporal
A conjugação destes dois aspectos (rigor mortis e ausência de residuos de putrefacção)  pemite-nos inferir que o Homem do Sudário esteve em contacto com o lençol por um periodo não superior a 48 horas.

Calculando atravez da multiplicação dos denominadores das fracções referentes a cada uma das sete características  partilhadas obtemos o valor de 200.000.000.000.
POR OUTRAS PALAVRAS A PROBABILIDADE DE O HOMEM DO SUDÁRIO NÃO SER JESUS CRISTO É DE 1/200.000.000.000. um valor infinitamente pequeno!!!
Como em toda a história da humanidade não há esse número de crucificados isso só vem reforçar o facto de que O HOMEM DO SUDÁRIO E JESUS CRISTO SÃO UMA E A MESMA PESSOA.

Outros investigadores como o já citado Dr. Yves Delage e mais recentemente o padre jesuita engenheiro Paul de Gail * utilizando linhas de raciocinio semelhantes chegam a valores respectivamente  de 10.000.000.000 e 250.000.000.000.

Tenhamos pois a CERTEZA MATEMÁTICA QUE AO CONTEMPLARMOS A IMAGEM DO SANTO SUDÁRIO ESTAMOS A CONTEMPLAR A IMAGEM CORPORAL DE JESUS COM TODAS AS MARCAS DA PAIXÃO E MORTE NA CRUZ que pelos designios de Deus chegou até aos nossos dias.

                                                                              Antero de Frias Moreira

* Referências
Barberis, Bruno «Shroud, carbon dating and calculus of probabilities»St Paul Editora U.K. 1998  capitulo The Man of the Shroud and the calculus of probabilities 29-48 pp.

Zeuli Tino «Jesus Christ is the Man of the Shroud» Shroud Spectrum International Issue #10 March 1984  https://www.shroud.com/pdfs/ssi10part5.pdf    










Um comentário:

Anônimo disse...

Se bem entendi, neste artigo pode-se concluir que o Sudário de Turim é o autêntico lençol que cobriu o corpo de Jesus, ou por outras palavras, a autenticidade do Sudário foi provada matemàticamente