segunda-feira, 29 de julho de 2013

NOVO MÉTODO DE DATAÇÃO DE TECIDOS APLICADO AO SUDÁRIO DE TURIM

NOVO MÉTODO DE DATAÇÃO DE TEXTEIS ANTIGOS CONCLUI QUE O TECIDO DO SUDÁRIO DE TURIM PODE SER DATADO DO SÉCULO I






A problemática dos testes de C 14 realizados em 1988



Antes de abordarmos o assunto referente ao titulo deste post, convém recordar aspectos relativos à datação da amostra de tecido cortada em 1988 para datação radiocarbono pelo método A.M.S. (iniciais de accelerator mass spectrometry).

Essa amostra foi subsequentemente dividida em três porções entregues respectivamente aos laboratórios de Oxford, Zurich e Tucson (Arizona-U.S.A.).



Quando em 13 de Outubro de 1988 os cientistas Professores Edward Hall, Michael Tite e Robert Hedges anunciaram triunfantemente em conferência de imprensa no Museu Britânico que o tecido da amostra recolhida do Sudário de Turim tinha sido datado 1260-1390 A.D. causaram um profundo desânimo nos adeptos da autenticidade do Sudário de Turim.

Em Janeiro de 1989 a revista Nature publicou o trabalho liderado pelo Professor Damon sobre a datação das amostras entregues aos laboratórios de Oxford, Zurich e Tucson no Arizona concluindo que o tecido do Sudário era do período medieval.



Embora desde o anúncio dos resultados tenham surgido várias teorias cientificas tentando explicar os inesperados resultados, não é nossa intenção neste post efectuar uma revisão exaustiva do tema, e muito menos entrar em teorias de conspiração, mas apenas apontar alguns factos que questionam a validade dos resultados apresentados.





Factos estabelecidos que questionam a datação radiocarbono 1988:



Em 1981, o perito têxtil John Tyrer afirmava que a área do tecido do Sudário onde futuramente seria retirada a amostra para datação C14 era suspeita de restauro.


Fotografias de Fluorescência de Ultra-Violetas e de RX da referida área mostram discrepância relativamente ao resto do Sudário sendo de presumir uma diferente constituição química.


As fotografias para análise espectral pelo método «Quad Mosaic» utilizado pela N.A.S.A. concluem de igual modo.



Nessa mesma linha, mais recentemente o astrofísico Dr John Morgan III publicou na revista Scientific Research and Essays de Julho 2012 as suas conclusões relativas à aplicação de métodos de processsamento de imagem multiespectral actuais, utilizados pela N.A.S.A. no estudo de imagens de sondas espaciais, quando aplicadas na imagem de Fluorescência de Ultra Violetas obtida pela equipe S.T.U.R.P. em 1978, corroboram a natureza anómala da área de tecido do Sudário donde foi retirada a amostra para os testes de radiocarbono.



O bioquímico Professor Alan Adler efectuou estudos de espectroscopia de infra-vemelhos com transformadas de Fourier (FTIR) em fibras não imagem do Sudário e fibras da amostra recolhida para os testes C14 , sendo o padrão espectral obtido diferente, concluindo que a amostra recolhida não era representativa do resto do tecido do Sudário.





A amostra para os testes de Carbono 14 teria sido recolhida duma zona de restauro «invisível».



Depois da teoria do restauro medieval invisível da referida área, postulada pelos investigadores Sue Benford e Joe Marino em 2000, alicerçada em factos históricos, de análise de imagens fotográficas, e pareceres de peritos têxteis, teoria essa inicialmente contestada pelo termoquímico americano Professor Raymond Rogers , foi esse mesmo cientista que paradoxalmente acabou por corroborar essa teoria.



Tendo na sua posse material de tecido da área adjacente (a designada amostra de Raes removida em 1973 para estudo têxtil pelo professor Gilbert Raes do Instituto Têxtil de Ghent na Bélgica), e obtendo posteriormente fios da amostra de tecido dos testes de C14 cedidas pelo Professor Luigi Gonella (consultor cientifico da Arquidiocese de Turim), empreendeu estudos microscópicos quimicos e por Espectrometria de Massa ( Pyrolysis Mass Spectrometry) que lhe permitiram detectar emendas em fios, presença de corantes do tipo da alizarina, , aglutinante do tipo da goma arábica, e fibras de algodão, fibras essas que não fazem parte da composição de fios de outras áreas do Sudário.

Para além disso efectuou estudos de datação alternativa do tecido baseados na cinética de degradação da vanillina, composto derivado da lenhina presente nos nódulos de crescimento das fibras de linho, a que adiante aludiremos..

Este importante estudo foi publicado na prestigiada revista cientifica Thermochimica Acta em Janeiro 2005 (Thermochimica Acta Vol. 425 issues 1-2 20 January 2005, pages 189-194),. Onde pode ler-se «…a evidência combinada da química, conteúdo de algodão, tecnologia, fotografia e lenhina residual provam que a principal parte do Sudário é significativamente diferente da área de amostra radiocarbono.A validade da amostra radiocarbono deve ser questionada relativamente à data de produção da maior parte do tecido.»… «… os resultados da espectrometria de massa da área da amostra, conjugados com as observações microscópicas e microquímicas, mostram que a amostra radiocarbono não era parte do tecido original do Sudário de Turim. A datação radiocarbono não é portanto válida para determinar a verdadeira idade do Sudário».



As conclusões do Professor Rogers relativamente à presença anómala de fibras de algodão, e de encrustações de corante, foram confirmadas mais tarde pelo microscopista John Brown, pelo médico bioquímico Thibault Heimburger e em 2008 a equipe de químicos do Laboratório Nacional de Los Álamos da Universidade da Califórnia chefiada pelo Professor Robert Villareal, trabalhando em material remanescente do tecido da área da amostra radiocarbono, legada pelo Professor Rogers, (entretanto falecido em Março de 2005), e utilizando já métodos físicos e químicos mais actualizados e diferenciados, efectuou um importante trabalho de investigação.

Nas suas conclusões confirma-se indubitavelmente a presença de algodão entretecido com linho, e também a presença de um material tipo resina aglutinante, e critica-se a falta de rigor da equipe que em 1988 realizou os testes de radiocarbono, a qual falhou por não ter devidamente caracterizado a amostra (uma única amostra, dividida em três partes) do ponto de vista estructural e químico, extrapolando para o todo (o tecido do Sudário) o que foi determinado numa parte, que por sinal não era representativa do resto do tecido do Sudário.



Para além destes achados de natureza laboratorial, um importante estudo estatístico realizado pelo Professor Giulio Fanti e vários académicos relativo à análise das datas das sub-amostras de cada laboratório radiocarbono, concluiu pela inhomogeneidade das mesmas, o que permite questionar a precisão da data média final apresentada pelos laboratóris radiocarbono.

Este trabalho, já apresentado em 2010, foi recentemente publicado sob o titulo «Regression Analysis with partially labelled regressors: carbon dating of the Shroud of Turin» na revista Statistics and Computing July 2013, volume 23 Issue 4 pp 551-561.





Como vimos existem seguramente argumentos para legitimamente por em causa os resultados da datação 1260-1390 A.D. do tecido do Sudário mas na ausência de novos testes autorizados pelo Vaticano não poderemos inferir uma data aproximada de produção do tecido?





No estudo efectuado pelo Professor Raymond Rogers, foi pesquisada a presença de vanillina /composto derivado da lenhina nos nódulos de crecimento das fibras de linho) pelo método químico phloroglucinol, que é um método de detecção não quantitativo.

Esse composto sofre com o tempo um processo de degradação proporcional à temperatura ambiente, sendo indetectável em tecidos de linho mais antigos,

Enquanto que o material proveniente da amostra radiocarbono testa positivamente para a presença de vanillina, o resto do tecido do Sudário dá resultado negativo, bem como teste controle em material dos Manuscritos do Mar Morto, o que significa que o tecido do Sudário é manifestamente mais antigo.

De acordo com este investigador, assumindo uma temperatura média de armazenagem do Sudário de 25º C, se efectivamente o tecido datasse do período medieval, em 1978 (data dos estudos da equipe S.T.U.R.P.) deveria reter 37% do conteúdo inicial de vanillina, o que não acontece no tecido do Sudário, o qual testa negativamente por ser muito mais antigo do que o tecido da amostra radiocarbono.

Este aspecto é mais um argumento que sustenta a teoria de restauro medieval de Sue Benford e Joe marino.



Mais ainda, de acordo com a cinética de degradação da vanillina em função da temperatura média ambiente dos locais de guarda do Sudário, a idade do tecido é enquadrável num «span» de 1300 a 3000 anos, sendo pois passível de pertencer à época de Cristo no século I..



Este «span» é sem dúvida muito extenso e afastado da precisão da datação radiocarbono, e este estudo não é isento de críticas, mas até recentemente foi o único que nos permitiu datar aproximadamente o tecido do Sudário em alternativa ao radiocarbono.






Recente descoberta de novo método de datação de tecidos antigos



O investigador Professor Giulio Fanti, físico do departamento de engenharia mecânica da Universidade de Pádua , prestigiado cientista investigador do Sudário de Turim, juntamente com uma equipe de cientistas italianos de várias universidades, desenvolveu um método alternativo mais preciso de datação de têxteis antigos, método esse não destructivo e com um «span» significativamente mais estreito, recorrendo à Espectroscopia Raman e Espectroscopia de Infra-Vermelhos com Transformadas de Fourier ( FTIR), sendo admitido que futuramente com o desenvolvimento da técnica a precisão possa ser superior.

Este estudo disponível on-line desde Abril, foi publicado na prestigiada revista cientifica Vibrational Spectroscopy vol. 67 July 2013 pages 61-70 sob o titulo «Non-destructive dating of ancient flax textiles by means of vibrational spectroscopy».



Este método utilizando a espectroscopia foi integrado com um outro método, mas de natureza mecânica , precisamente um método mecânico multiparamétrico que atravez da avaliação integrada de cinco parâmetros permite datar com «span» de séculos fibras de tecidos antigos, método este que foi também desenvolvido pela equipe do Professor Fanti.



Tendo chegado à posse do Professor Fanti material cedido pelo Professor Giovanni Riggi di Numana (já falecido, lembramos que este cientista italiano integrou a equipe S.T.U.R.P. que estudou o Sudário in loco em 1978), proveniente de aspirado de material na parte de traz do tecido do Sudário, entre este e o tecido de revestimento protector (o designado Pano da Holanda), este cientista, entre outros procedimentos, separou fibras de linho do Sudário de partículas, a fim de aplicar os métodos de datação atraz descritos.



Assim apresentamos os resultados obtidos no estudo de fibras do Sudário



Método mecânico multiparamétrico: 400 A.D. +/- 400 anos com 95% de confiança



Espectroscopia Raman: 200 A.C.+/- 500 anos com 95% de confiança.



Espectroscopia de infra-vermelhos com transformadas de Fourier: 300 A.C. +/- 400 anos com 95% de confiança.



Combinando os resultados obtidos pelos três métodos obtém-se uma datação média de 33 A.C. +/- 250 anos com 95% de confiança, ou noutra perspectiva, o tecido do Sudário é datável de 283 A.C a 217 A.D. em números redondos a produção do tecido do Sudário de Turim ocorreu num «span» 280 A.C-220 A.D..



Estes estudos bem como muitos outros aspectos nomeadamente o achado de partículas minerais características da Palestina e pólenes também característicos do médio-oriente como do cedro do Líbano, são descritos num livro publicado pelo referido cientista juntamente com o jornalista Saverio Gaeta.

A obra entitulada «Il Mistero della Sindone» da editora Rizzoli existe de momento apenas na língua italiana, e foi mais um presente de Páscoa para os apaixonados do tema.



Após esta extensa exposição retenhamos que os testes radiocarbono realizados em 1988 não são válidos, e o tecido do Sudário de Turim é enquadrável nm intervalo 280 A.C. a 220 A.D.



Este é sem dúvida um facto importantíssimo para a questão da autenticidade do Sudário de Turim, todavia os cépticos mais ireductiveis, ignorando todos os outros factos surpreendentes relacionados com o Sudário, num acto de desespero lançam mais uma pedra!

Mesmo que o tecido seja do século I a imagem nele patente é de um individuo de sexo masculino de barba, tal como muitos homens dessa época, o que é que nos garante que a imagem seja de Jesus Cristo e não de outro homem?



Aqui fica o desafio, todos os comentários são bem-vindos.



29 de Julho de 2013


Antero de Frias Moreira







terça-feira, 7 de maio de 2013

4 DE MAIO FESTA DO SANTO SUDÁRIO

                                      4 DE MAIO FESTA DO SANTO SUDÁRIO






Celebrou-se em Fátima, no passado sábado 4 de Maio, a Festa do Santo Sudário, instituída por bula papal de Júlio II em 1506.



O evento, da iniciativa do membro do Centro Português de Sindonologia, o historiador Dr. Carlos Evaristo, teve o patrocínio da Casa Real de Bragança e da Casa Real de Sabóia (no âmbito do 30º aniversário da morte do rei Umberto II de Itália, o qual foi o ultimo proprietário de Sudário de Turim, tendo-o legado à Santa-Sé em disposição testamentária), bem como da Fundação Histórico Cultural Oureana , Fundação Dom Manuel II e World Apostolate, Fátima-Domus Pacis.



Na Capela Bizantina (ortodoxa)de Nossa Senhora de Kazan, nas instalações Domus Pacis estavam expostas relíquias cristâs da Lipsonateca («museu de relíquias» ) organizada pelo Dr Carlos Evaristo, bem como imagens de santos da Casa de Sabóia gentilmente cedidas para o evento.

A capela é digna de visita pela riqueza em arte sacra bizantina, nomeadamente ícones do Christus Pantocrator e da Virgem com o menino Jesus, e imagens dos Evangelistas e cenas das Sagrada Escrituras.



A preceder a cerimónia religiosa, que coincide com o Sábado de Aleluia do calendário Juliano (Ortodoxo) foi dada explicação aos presentes sobre a mais sagrada das relíquias-O Santo Sudário de Turim, e seu significado no âmbito da Paixão- pelo fundador do Centro Português de Sindonologia, o seu Presidente Dr. Lagrifa Fernandes.



A cerimónia religiosa, missa ortodoxa contou com a presença dos Capelães das Casas Reais de Sabóia e de Bragança, teve a participação de elevado núnero de pessoas nomeadamente membros do Centro Português de Sindonologia e convidados.

Durante a cerimónia que decorreu num profundo ambiente de espiritualidade, ao qual não foi alheia a envolvência musical proporcionada por um excelente grupo coral, foi exposta uma cópia pintada «ex-extractum» do Santo Sudário de Turim, produzida no século XVIII.

Recordamos que a designação «ex-extratum» significa que a peça em questão terá integrado elementos da relíquia original.

Segundo nos informa o referido historiador, durante séculos os nobres de Sabóia terão removido pequenas porções de tecido do Sudário de Turim as quais teriam sido integradas em «cópias» pintadas, muitas delas ainda existentes na Europa, algumas foram dadas como dote de casamento a princesas da Casa de Sabóia- recorde-se a cópia do Sudário trazida como dote pela rainha D. Maria Pia e qe se encontra no Palácio da Ajuda- outras serviram mesmo para amortalhar nobres da real casa.



Numa demonstração inédita, a cópia em questão foi a dado momento exibida da mesma forma que o Cavaleiro Robert de Clari na sua obra «La Conquête de Constantinople» descreve a mostra simbólica todas as sextas feiras, do Lençol Funerário com a imagem do Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo na Igreja de Santa Maria de Blachernae de Constantinopla em 1203, ou seja o sagrado lençol era elevado verticalmente de forma a ser visualizada a região ventral do corpo do Senhor envolvida por fumos de incenso, acompanhada de cânticos, bênçãos e simbolizando a Ressurreição.



Cerca das 13:00 horas e após a cerimónia religiosa, decorreu no excelente Auditório Domus Pacis uma breve sessão cultural sindonológica.



O historiador Dr. Carlos Evaristo apresentou uma interessante comunicação sobre o Culto do Santo Sudário de Turim e aspectos particulares de relíquias com ele relacionadas, nomeadamente as cópias ex-extractum, algumas existentes no nosso país.

Seguiu-se a apresentação de desenvolvimentos científicos recentes sobre o Sudário de Turim por Antero de Frias Moreira, que não serão detalhados por irem ser tema de um próximo «post»



O evento concluiu-se com um agradável almoço de convívio , após o qual membros do Centro Português de Sindonologia planearam a realização de futuras actividades culturais, possivelmente para Outubro próximo e incluídas no «Memorial ao Rei Umberto II de Sabóia».



                                                                                  Antero de Frias Moreira.



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segunda-feira, 1 de abril de 2013

OSTENSÃO TELEVISIVA DO SANTO SUDÁRIO DE TURIM

                              


                                  
                           OSTENSÃO TELEVISIVA DO SANTO SUDÁRIO DE TURIM




Tal como previsto, pontualmente às 16:30 (hora de Portugal) do passado sábado santo 30 de Março 2013, a estação televisiva «laica» RAI-Uno iniciou a emissão directa da catedral de S. Giovanni Battista em Turim no âmbito da ostensão televisiva do Santo Sudário de Turim que recordamos será ao que tudo indica o lençol que envolveu o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo no sepulcro e no qual ficaram patentes as marcas da Paixão e a enigmática imagem da região dorsal e ventral do Seu corpo.



Esta mostra televisiva autorizada pelo Papa Emérito Bento XVI no seu ultimo dia de Pontificado, e que foi considerado um presente de despedida, ocorreu precisamente quarenta anos depois da primeira mostra televisiva a preto e branco, no pontificado de Paulo VI, permitiu que crentes e não crentes de todo o mundo, pudessem contemplar a reliquia mais venerada da Cristandade, e desfrutar de um programa de excalente qualidade, que durou cerca de hora e meia e surpreendeu pela riqueza do conteudo e mensagem nele implicita.


Não sendo uma exibição pública, não obstante o interior da catedral estava repleto, entre elementos de clero, membros dos coros, grupos musicais, palestrantes, e entre o público muitos deficientes em careiras de rodas, cuja presença foi especificamente solicitada pelas autoridades religiosas.


Usaram da palavra o professor Bruno Barberis (eminente professor catedrático de Fisica e Matemática da Universidade de Turim, e presidente do Centro Internacional de Sindonologia-Turim) o qual focou aspectos cientificos mas sobretudo espirituais do sagrado lençol, e o Arcebispo de Turim, Monsignore Cesare Noviglia, o qual também fez uma oração de benção às pessoas com deficiência presentes.

Outros membros do clero e laicos proferiram alocuções, leituras das escrituras intercaladas por excelentes performances de coros , áreas musicais executadas por uma jovem soprano italiana, declamações de poesia, tendo actuado também um grupo catalão que cantou a Ave-Maria na sua lingua e até um coro americano de «Gospel» surpreendeu pela força com que a cantora negra executava os temas vocais.


Conduzidos pelos seus acompanhantes os deficientes desfilaram em frente ao Santo Sudário, desta vez exibido na sua capela da ala esquerda do templo, sendo marcante observar a devoção e fervor daqueles que conservavam algumas capacidades mentais e motoras.


Mas sem dúvida marcante, e talvez mais um sinal de tempos de mudança,, foi a alocução do Papa Francisco a partir do seu gabinete no Vaticano, da qual destaco algumas passagens:

«Queridos Irmãos e irmãs, junto-me a todos vós reunidos perante o Santo Sudário e agradeço ao Senhor que atravez da tecnologia moderna nos oferece essa possibilidade... esta face tem olhos que estão fechados, é a face de alguém que está morto no entanto misteriosamente está a observar-nos e em silêncio fala-nos.

Como é isto possível? como é que crentes como vós param diante deste ícone de um homem flagelado e crucificado? É porque o Homem do Sudário nos convida a contemplar Jesus de Nazareth. Esta imagem impressa no tecido fala-nos ao nosso coração e motiva-nos a subir a colina do Calvário e olhar para o madeiro da Cruz e imergirmo-nos no eloquente silêncio do amor..... Por meio do Santo Sudário, a única e suprema palavra de Deus vem até nós...»

Depois de comparar o sofrimento patente na imagem do corpo flagelado e crucificado de Jesus no sagrado lençol, com o sofrimento de homens e mulheres provocados pela violência e pela guerra, o sumo pontífice realçou que o poder do amor de Deus e do Ressuscitado se sobrepõe a tudo o mais, terminando a sua alocução com uma oração de S. Francisco de Assis.



Bem haja a RAI que nos deu a possibilidade de desfrutarmos de um maravilhoso programa que nos proporcionou inesquecíveis momentos de um sublime prazer espiritual.

È tempo da Igreja tomar consciência do «tesouro» que possui e que é o legado que Deus permitiu chegasse até nós da imagem do Seu Filho, e do Seu sofrimento infligido pela maldade dos homens, ele é a palavra viva para a tão falada «nova evangelização».



                                                          Antero de Frias Moreira





segunda-feira, 25 de março de 2013

                    OSTENSÃO TELEVISIVA DO SANTO SUDÁRIO DE TURIM


Numa decisão inespeerada no seu ultimo dia de pontificado, o Papa Bento XVI autorizou uma Ostensão exclusivamente televisiva do Sagrado Lençol, no sábado santo de 30 de Março 2013, na linha do que proferiu aquando da sua homilia em Turim na Solene Ostensão de 2010, na qual o Santo Sudário de Turim foi designado pelo Sumo Pontífice como o «Icone do Sábado Santo».
Este acontecimento ocorrerá precisamente quarenta anos depois da primeira  mostra televisiva do Sudário de Turim , precisamente em 1973, em emissão a preto e branco, no pontificado de Paulo VI.

Considerado como um presente de despedida, o evento será transmitido em directo e internacionalmente a partir da catedral de S. Giovanni Battista de Turim às 17:15 horas (hora de Itália) , pela cadeia televisiva RAI- Uno prevendo-se mais de uma hora de duração.
À presenter data não se sabe ainda a composição do programa nem se alguma estação portuguesa irá aderir à transmissão, não obstante aqui fica a informação para que todos, crentes e não crentes de todo o mundo tenham a oportunidade de mais uma vez «contemplarem aquela misteriosa face que silenciosamente fala ao coração dos homens convidando-os a ver nela o rosto de Deus» (Papa Bento XVI- Junho 2008)


                                                                                                     Antero de Frias Moreira