quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

O VÉU DE VERÓNICA, A IMAGEM DE EDESSA E O SANTO SUDÁRIO DE TURIM-QUE RELAÇÃO?


Várias vezes me tem perguntado se o Véu de Verónica é o Santo Sudário de Turim,e embora desde já categòricamente responda pela negativa, essa confusão é uma realidade, alicerçada em algumas divulgações temáticas que lançam a confusão.
Embora o assunto seja muito abrangente e complexo do ponto de vista histórico, irei tentar de uma forma necessàriamente muito sucinta, focar os aspectos que me parecem mais relevantes.


                                                       
                                                          
                                                            O VÉU DE VERÓNICA






O episódio em que uma mulher piedosa de Jerusalém limpa com um pano, o rosto de Jesus Cristo no Seu caminho para o Calvário, ficando o rosto de Cristo impresso nesse pano, não vem descrito nos evangelhos canónicos, mas sim no evangelho apócrifo de Nicodemus também conhecido como Actos de Pilatos, escrito possivelmente no século IV da nossa era.
Nesses escritos é inclusivamente referido o poder miraculoso desse pano, o qual teria sido levado por Verónica para Roma e teria curado o Imperador Tibério da enfermidade de que padecia.
Òbviamente trata-se de uma lenda, não obstante, a tradição piedosa cristã incluiu na sexta estação da Via Sacra a cena de Verónica a limpar o rosto de Jesus, aliás o vocábulo Verónica resulta de junção da palavra latina «vera»- verdadeira com o vocábulo grego «icon»- imagem reportando-se à verdadeira imagem de Cristo.
Essa crença na actual forma só se implementou na Europa ocidental a partir do século XIII.
Existem muitas pinturas nomeadamente de pintores célebres alusivas ao episódio, nos quais o aspecto facial de Cristo é nitidamente inspirado na imagem do Pano de Edessa ou Mandylion (que abordaremos seguidamente), mas também existem pelo menos duas relíquias (ou uma?) designadas como «Véu de  Verónica.

Existiria em Roma desde o século VIII no pontificado de João VII, uma relíquia designada como Véu de Verónica a qual passou a ser públicamente exposta ao público no pontificado de Innocêncio III  a partir de 1207.
Todavia após o saque de Roma em 1527 pelas tropas do Imperador Carlos V teria sido subtraída à autoridade papal, mas as opiniões divergem admitindo-se a possibilidade de que continue no Vaticano, mas também de que tendo sido roubada, foi entregue no século XVII aos frades capuchinhos da localidade de Manopello, onde hoje é venerada uma relíquia designada como a Imagem de Manopello, a qual já foi submetida a alguns estudos, na nossa opinião inconclusivos quanto a uma possivel «autenticidade».



         O SUDÁRIO DE CRISTO-SANTO SUDÁRIO DE TURIM E A IMAGEM DE EDESSA


                                             
                                  
                                            Sudário de Cristo /  Santo Sudário de Turim

A questão fulcral é se existiu um «Sudário de Cristo» em Constantinopla, o qual desapareceu aquando do saque dessa cidade em 1204 pelos cruzados da 4ª Cruzada, e que mais tarde aparece na Europa em 1356 apresentado aos fieis pelo cavaleiro Geoffroy de Charny em Lirey-França. 
Será que esse sudário é o actual Sudário de Turim, do qual se conhece perfeitamente o trajecto histórico até essa cidade italiana?

A resposta É AFIRMATIVA.

Não há qualquer dúvida de que em Constantinopla a partir de 944 existia um «sudário de Cristo».
Nicholas Mesarites, curador das relíquias imperiais bizantinas refere em 1201, inequivocamente o pano que envolveu o Corpo de Cristo no sepulcro e no qual era possivel observar a imagem do Seu corpo desnudado.
O facto de referir especificamente uma imagem de um corpo desnudado, absolutamente contra os «padrões» religiosos e morais da época, aponta para a veracidade do relato.
Também o relato do cavaleiro Robert de Clari cruzado da 4ª Cruzada, na sua obra «La Conquête de Constantinople» menciona que todas as sextas feiras era exibido na Igreja de Santa Maria de Blacherne em Constantinopla, o lençol que envolveu o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo no sepulcro, e no qual estava patente a imagem do Seu corpo, o qual desapareceu depois do saque da cidade.
Ainda na mesma linha, recordamos a carta escrita ao Papa Innocêncio III em 1205 por Theodoros Angellus, sobrinho do Imperador, relatando o roubo das relíquias, entre elas a mais sagrada, o lençol que envolveu o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Para além destes factos, do ponto de vista artistico a partir do século XI começaram a ser utilizados nas cerimónias liturgicas bizantinas os «Epitaphioi» que eram peças de tecido bordadas, representando no que simbolizava um lençol a imagem do Corpo de Cristo numa atitude corporal nitidamente inspirada na imagem do Santo Sudário.

Embora as opiniões de historiadores se dividam sobre o que aconteceu após o saque de Constantinopla, haverá duas possibilidades(que não iremos desenvolver)para a continuação do percurso histórico do Sudário de Cristo na Europa, ou de ter estado na posse dos Templários, ou de ter estado na posse de Othon de la Roche, um nobre que participou na cruzada e posteriormente o Duque Latino de Athenas, e era antepassado de Jeanne de Vergy a qual casou com o referido cavaleiro Geoffroy de Cahrny, levando como dote de casamento a cobiçada relíquia.

Mas, como é que esse Sudário de Cristo chegou a Constantinopla?

Em 944 o Imperador bizantino Romanus Lecapenus ordenou ao seu general João Kurkuas o resgate da relíquia mais venerada da cristandade do Oriente, precisamente o Mandylion ou Pano (ou Imagem) de Edessa, pois essa cidade estava em poder dos muçulmanos, os quais não obstante toleravam o culto dos cristãos.
Efectivamente foi conseguido o seu resgate sem ter sido vertido sangue, a troco de uma elevadíssima quantia monetária em ouro e concessões estratégicas.

Existem múltiplas representações da Imagem de Edessa ou Mandylion elaboradas ao longo do tempo por diferentes artistas.

                                           Representação da Imagem de Edessa ou Mandylion

O investigador Dr. Alan Whanger  desenvolveu um método de estudo e análise comparativa de imagen,s designado por Polarized Image Overlay Technique,método esse inclusivamente utilizado em perícias forenses nos Estados Unidos, o qual através da determinação do número dos chamados «pontos de congruência» permite inferir a relação entre duas imagens.
Esse método quando aplicado ao estudo das imagens da face de Cristo nas representações artisticas do Pano de Edessa permite concluir que o modelo da face foi inspirado da face patente no actual Sudário de Turim. 



Existem efectivamente argumentos que nos permitem concluir que o Mandylion ou Imagem de Edessa era o Sudário de Cristo dobrado de forma a apresentar visivel apenas a face emoldurada..

O académico italiano professor Gino Zaninotto descobriu nos Arquivos do Vaticano um Códex  designado como «Codex Vossianus Latinus» no qual se pode ler referindo-se à Imagem de Edessa «non tantum faciei figuram sed totius corporis figuram cernere poteris» ou seja «poderás ver não só a face como todo o Seu corpo».

Efectivamente uma gravura do século XII, contida numa crónica de João Skilitzes relativa à chegada do Mandylion à côrte imperial em Constantinopla, evidencia que essa reliquia não era apenas um «pano» mas sim um lençol.


                                         
                        
                Gravura sec XII-O Imperador Romanus Lecapenus recebendo a Imagem de Edessa

Os Actos de Thaddeus do século VI referindo-se ao Pano de Edessa designam-no como um «sindon tetradiplon», ou seja um lençol dobrado em  quatro partes sendo um dos argumentos avançados pelo historiador britânico Ian Wilson o qual identificou o actual Sudário de Turim com a Imagem de Edessa.
O físico professor John Jackson da equipe S.T.U.R.P. estudou fotografias do Sudário de Turim obtidas com luz tangencial designadas «raking light photographs» nas quais eram nitidamente evidenciadas todas as rugas e vincos impressos no lençol ao longo dos tempos.
Foram por este método de imagem definidas dobras compativeis com o Sudário ter sido dobrado em quatro partes de maneira a mostrar apenas a face, corroborando a teoria de Ian Wilson.


                          
           Sudário de Turim dobrado em quatro partes; no canto superior direito, imagem alusiva à          entrega do Pano de Edessa pelo apóstolo Thaddeus ao rei Abgar de Edessa.

Recuando um pouco mais, é legitimo questionar como apareceu em Edessa,(cidade no sudeste da Turquia, a actual Sanliurfa) o Pano de Edesssa?

Teremos que nos basear na lenda do Rei Abgar de Edessa, relatada em versões diferentes, respectivamente na Historia Ecclesiástica-seculo IV de Eusébio de Cesareia, nos textos da Doutrina de Addai de século V e nos já mencionados Actos de Thaddeus do século VI.

Fazendo uma súmula das várias versões dessa lenda relata-se que reinava em Edessa o rei Abgar, o qual padecia de uma doença incurável- presumívelmente lepra- e tendo conhecimento dos milagres operados por Jesus enviou um emissário de nome Ananias pedindo-Lhe que o visitasse.
Jesus teria dito ao emissário que tinha uma missão a cumprir mas mandar-lhe-ia um seu discípulo.
Após a Sua morte e Ressurreição, o apóstolo Thaddeus deslocou-se a Edessa com um pano no qual estava impressa a imagem do Mestre e a qual tocando o Rei Abgar o curou da sua doença, convertendo-se o Rei Abgar ao Cristianismo.
Após a sua morte houve uma regressão às práticas pagãs, sendo o Pano de Edessa escondido num nicho das muralhas e tendo sido redescoberto em 525 aquando de uma cheia que fez desabar parte da muralha.
A partir daí a Imagem de Edessa passou a ser venerada como o «Paladino» da cidade, tendo o Imperador bizantino Justiniano I mandado construir um templo para sua guarda, nos moldes da Hagia Sophia de Constantinopla.

È pois perfeitamente legítimo inferir com base na alegoria da lenda de Abgar, que o lençol funerário de Jesus, que ficou presumívelmente na posse dos Apóstolos, tenha sido levado posteriormente para Edessa, e assim fechamos o trajecto Jerusalém-Turim.

                                                    
                                                              CONCLUSÃO

O Véu de Verónica baseia-se numa lenda que nada tem a ver com o Santo Sudário de Turim a não ser  a Paixão de Cristo, e o facto de as suas representações artisticas basearem a morfologia facial de Cristo nas do Mandylion ou Imagem de Edessa.
Ainda não existem estudos conclusivos que permitam classificar decididamente a Imagem de Manopello (alegadamente o véu de Verónica) como uma «imagem acheiropoietos»(Imagem que não foi feita pela mão do homem).
O actual Sudário de Turim, o Sudário de Cristo de Constantinopla e o Mandylion ou Imagem de Edessa são a mesma e verdadeira relíquia da Paixão de Cristo e o elemento que permite inferir que a Ressurreição de Cristo foi um facto físico real que deixou a sua marca naquele lençol como testemunho para a Humanidade.


                                                                      Boas-Festas 

                                                                    Antero de Frias Moreira


  

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

                  ACTIVIDADES DE DIVULGAÇÃO DO SANTO SUDÁRIO


CONFERÊNCIA
«INTRODUÇÃO AO SUDÁRIO DE TURIM-
-UMA PERSPECTIVA CIENTÍFICA»
Encontro entre a Ciência e a Fé

















Orador: Antero de Frias Moreira, médico, membro executivo do Centro
Português de Sindonologia www.santosudariodeturim.blogspot.com
Data: 8 de Março 2016 às 21:horas
Local: Centro e Cultura Católica.Rua D. Manuel II 286 (Torre da Marca)-
Porto
Entrada Livre

Nesta época quaresmal entendemos oportuno efectuar acções de divulgação do Santo Sudário de Turim, a exemplo do que acontece noutros paises nomeadamente nos Estados Unidos, onde o tema tem grande divulgação atravez de conferências, palestras em instituições não necessáriamente ligadas à Igreja, nomeadamente estabelecimentos de ensino, academias militares e até em prisões, e também exposições temáticas.
De louvar  a dedicação de sindonólogos como o Dr. Barrie Schwortz, Russ Breault, Pete Schumacher e muitos outros, que sàbiamente divulgam o Sudário.
Foi com extremo pesar que acolhemos a triste notícia que o Shroud of Turin Blog do sindonólogo Dr. Dan Porter encerrou a sua actividade a partir do final de 2015, mantendo no entanto o Blog na internet com toda a informação disponivel para pesquisa.
A ele um muito obrigado pela sua grande dedicação, pois prestou um extraordinário serviço a quem procurava manter-se actualizado,

No nosso pais é grande a ignorância relativamente a este tema, até em alguns membros do clero, paradoxalmente pouco interessados.

Elaboramos uma conferência subordinada ao tema «Introdução ao Sudário de Turim-uma perspectiva científica» Encontro entre a Ciência e a Fé.
Nesta comunicação são divulgados de uma forma compreensivel os principais estudos efectuados no Sudário, nomeadamente os recentes desenvolvimentos, e explicadas do ponto de vista da patologia forense os brutais sofrimentos infligidos ao Homem do Sudário, sendo a audiência conscencializada para a grande importância desta Relíquia.
É nossa convicção que no final o público verá esclarecidas muitas das controvérsias lançadas sobre a autenticidade do Santo Sudário, e terá uma perspectiva diferente da Paixão e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Esta conferência irá ser proferida:

26 de Fevereiro 2016 (sexta-feira) às 21:30 horas: Salão Paroquial da Igreja de Canidelo-V.Nova de Gaia

05 de Março 2016 (sábado) às 15:00 horas(ainda a confirmar): Salão Paroquial da Igreja de Mafamude-V. Nova de Gaia

08 de Março de 2016 (terça-feira) às 21:00 horas: Centro de Cultura Católica (Torre da Marca, em frente entrada dos jardins do Palácio de Cristal)-Porto

Iremos ainda colaborar como habitualmente, nas cerimónias de Sexta-Feira Santa na Igreja do Carmo, com uma palestra subordinada ao tema «Santo Sudário de Turim-O seu significado para os Cristãos», um diaporama sobre o «Cristo Sindónico» escultura científica elaborada pelo Professor Juan Miñarro da Universidade de Valência , onde com base na codificação tridimensional da imagem sindónica se criou uma escultura do Corpo envolvido no sagrado lençol, tendo nele patentes todas as marcas da Paixão e colocado não na posição sepulcral mas sim crucificado numa cruz-deveras impressionante!!!.
Para finalizar, a leitura do Evangelho de S. João será enriquecida com um extraordinário trabalho em Power-Point elaborado pela Maria da Glória, onde imagens das diversa passagens da Paixão obtidas do filme de Mel Gibson-A Paixão de Cristo, imagens de pinturas célebres alusivas, e como não poderia deixar de ser, imagens das marcas da Paixão patentes no lençol (devidamente explicadas com texto) darão um colorido e uma significado muito mais intenso à leitura.

Todos estão convidados.

                                                                        Antero de Frias Moreira

P.S. Estamos abertos e disponiveis na medida do possivel para realizar acções de divulgação/esclarecimentos p.f. contactar atravez de comentário 



sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

CÉPTICOS TENTAM SEM SUCESSO DESCREDIBILIZAR O TRABALHO DO PROFESSOR RAYMOND ROGERS SOBRE A DATAÇÃO RADIOCARBONO-CONTRIBUTO DO PROFESSOR MARIO LATENDRESSE


Todos os que se debruçam sobre a problemática da datação radiocarbono da amostra recolhida do Sudário de Turim em 1988 sabem que a datação do periodo medieval (1260-1390) da mesma é inválido, consoante o falecido Professor Raymond Rogers concluiu, pois esta foi recolhida numa zona de restauro do tecido, e não era portanto representativa do resto do tecido do Sudário.

O seu importante trabalho «Studies of the radiocarbon sample  from the Shroud of Turin» publicado na prestigiada revista cientifica «Thermochimica Acta»  na edição de 20 de Janeiro de 2005, é um marco no estudo cientifico do Santo Sudário   http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0040603104004745 

Para além de apurados estudos de microscopia, de química analítica e quimica cinética(cinética de degradação da vanillina), submeteu a estudo comparativo por Espectrometria de Massa( Pyrolysis Mass Spectrometry) uma fibra de área Imagem do Sudário e fibras da famosa amostra de Raes (área adjacente à da amostra radiocarbono).
Enquanto que a cellulose do linho da fibra-imagem só produzia furfural (massa 96, proveniente da prévia formação de hydroxy methylfurfural. massa 126) a altas temperatura de pyrólise, as fibras da amostra de Raes produziam logo a baixa temperatura o dito composto furfural, proveniente de pentosanos(polímeros de pentoses) que constituem a goma arábica, substância por ele préviamente determinada por estudos quimicos, e que funcionou como veiculo de aglutinação e de suporte do corante do restauro adicionado ao Sudário.





                                   

Fig 1: gráfico de espectrometria de massa de fibra-imagem; em abcissa a massa iónica em ordenada a intensidade iónica relativa


Fig2: gráfico de espectrometria de massa de fibras da amostra de Raes; a presença de de um pico de massa 96 a baixa temperatura de pyrolyse permitiu concluir pela presença de pentosanos provenientes de goma-arábica. Em abcissa a massa iónica, em ordenada, a intensidade iónica relativa.

   
Este importante dado foi mais um elemento que permitiu concluir que a amostra radiocarbono tinha sido colhida numa zona de restauro medieval, e não era pois representativa do resto do Sudário.

Artigo de cépticos

Todavia em Setembro de 2015 um grupo de químicos- os Drs Marco Bella, Luigi Garlaschelli e Roberto Samperi- publicaram na mesma revista cientifica um artigo entitulado «There is no mass spectrometry evidence that the C14 sample from the Shroud of Turin comes from a medieval invisible mending»
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0040603115003093

Nesse artigo pode ler-se no abstract «.....uma análise cuidada dos espectros de massas relatados no artigo original revela que as diferenças encontradas entre as amostras provenientes de diferentes partes do Sudário são efectivamente devidas à presença de um contaminante com uma cadeia alifática longa.Excepto pela presença do contaminante, os dois espectros de massa parecem semelhantes em vez de diferentes.Portanto a teoria pseudocientífica afirmando que a amostra C14 podia provir de um restauro medieval invisivel permanece não suportada pelas evidências».

Portanto, este artigo publicado por cépticos da autenticidade do Santo Sudário, tinha como objectivo descredibilizar o trabalho do Professor Raymond Rogers,e apenas baseado num aspecto que ele estudou integrado com muitos outros, e que estes cépticos pura e simplesmente ignoraram.
Tal não nos surpreeende pois o Professor Luigi Garlaschelli, quimico da Universidade de Pavia já em 2009, num empreendimento financiado por uma associação ateista italiana, elaborou uma imagem em tecido-o famoso sudário de Garlaschelli- para descredibilizar a autenticidade do Santo Sudário na base de que alegadamente teria produzido uma imagem com as mesmas caracteristicas do Sudário de Turim, o que efectivamente foi defenitivamente provado como FALSO.
Também a utilização do termo «pseudo-científica» caluniando um prestigiado cientista já falecido, não nos parece de utilização adequada por pessoas desta área de conhecimento.

Imediatamente se gerou uma acesa discussão no importante forum científico Shroud of Turin Blog, onde credenciados colaboradores como o médico bioquimico Dr. Thibault Heimburger e o fisico Professor Mario Latendresse refutaram a metodologia e a qualidade do artigo dos cépticos bem como a sua conclusão.
Trata-se de uma questão e discussão complexa do ponto de vista técnico, e em lingua inglesa, todavia para os interessados forneço o respectivo acesso web:
http://shroudstory.com/2015/09/04/editorial-in-thermochimica-acta-by-bella-garlaschelli-and-samperi-on-rogers-2005-article/#comments


Artigo do Professor Mario Latendresse

Todavia o golpe de misericórdia nesse artigo dos cépticos foi dado hà alguns dias pelo Professor Mario Latendresse, prestigiado físico na área de imagem e inteligência artificial da Universidade de Montreal o qual tem contribuido com vários trabalhos científicos para estudo do Sudário.
Este cientista publicou na mesma revista «Thermochimica Acta», disponivel desde 18 de Dezembro 2015, um artigo refutando as conclusões dos cépticos, e entitulado «Comments on the mass spectrometry analysis of a sample of the Shroud of Turin by Bella et al.»
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0040603115004724

No abstract pode ler-se: « Num recente artigo editorial desta revista Bella et al. comentaram sobre a analise da espectrometria de massa realizada por Rogers que consistia em dois espectros de massa da pyrólyse de fibras de linho de duas áreas do Sudário de Turim. A principal conclusão de Bella et al foi "Nenhum pico diagnóstico no espectro de massa indica uma diferença significativa nas duas amostras, para além de uma contaminação derivada de um hydrocarboneto.Portanto, nenhum dos dados apresentados suporta as conclusões de Rogers"
Nós mostramos que a análise técnica de Bella et al. dos espectros de massa é incorrecto e que a sua principal conclusão não é confirmada, em particular que um contaminante estaria presente na segunda amostra analisada».

Dada a complexidade técnica do artigo realçamos o essencial a reter:

Embora no seu artigo o Professor Raymond Rogers não indique as temperaturas de pyrólyse das amostras é obvio que no espectro de massa da fibra-imagem do Sudário obtido a altas temperaturas são aparentes picos de massa 126 e 96 relativos à presença de hydroxymethylfurfural e furfural respectivamente, o que não acontece no espectro de massa das fibras de Raes obtido a baixa temperatura onde aparece o pico 96 mas não o 126, o que não contraindica que goma arábica não possa estar presente.
Numa análise aprofundada dos picos de massa presente no gráfico de pyrólise de fibras da amostra de Raes superiores a 40 indicam que o composto furfural está presente.
Os picos de massa do alegado contaminante hexadecano-1-ol considerados pelos cépticos NÃO CORRESPONDEM realmente a esse composto, mas são sim compativeis com um composto da classe dos triglicerídeos nomeadamente a tripalmitina, presente no sebo segregado pelas glândulas sebáceas.
Este aspecto vem confirmar aquilo que se sabia relativamente à escolha do local para retirada da amostra para os testes de carbono 14, que essa foi uma má escolha pois correspondia a uma área onde os bispos seguravam o Sudário nas apresentações publicas, o que se repetia ao longo dos tempos, passando as secreções sebáceas para o tecido do Sudário.

Conclusão:
O importante trabalho do Professor Raymond Rogers, refutando a validade da amostra radiocarbono continua válido, e mais uma vez o Professor Latendresse deu um importantíssimo contributo para reposição da verdade.