Após a surpreendente!! referência da Drª
Judith de Sousa sobre a questão datação do Santo Sudário, o prestigiado comentador, já
no final da sua intervenção abordou o tema do Sudário realçando a posição
«prudente» da Igreja que não se pronuncia relativamente ao percurso histórico
da relíquia, mas incentiva o seu estudo, mencionou também a importância da
mesma para os crentes e a curiosidade
suscitada para os não crentes.
Referiu também a crença de que a relíquia seria o
lençol que envolveu o Corpo de Jesus Cristo no sepulcro e o «efeito» suscitado
nas pessoas pela contemplação da imagem nele patente.
Igualmente mencionou as Ostensões
do Sudário e «as visitas» ao mesmo dos Papas João Paulo II e Bento XVI.
Todavia o aspecto da sua
comunicação que realço, e que paradoxalmente suscitou controvérsia infundada,
foi o facto de ter afirmado que um
estudo da revista «Archeometry» desta mesma semana «vem pôr em causa a ideia
que o Santo Sudário era do século XIII e portanto não poderia ter relação com a
idade de Cristo».
Dado ter recebido vários
telefonemas de pessoas com dúvidas quanto ao significado da afirmação e que
inclusivamente perceberam o contrário!!!do que o seu autor pretendia
transmitir, talvez porque o comentário
foi muito rápido, sinto-me na obrigação de fazer um esclarecimento.
Efectivamente o Dr. Paulo Portas
quis dizer que o dito estudo da autoria de prestigiados académicos como Tristan
Casabianca, Emmanuella Marinelli e do Professor Benedetto Torrisi (Professor universitário da
Universidade de Catânia e perito em análise estatística), publicado
efectivamente em 22 de Março deste ano na revista científica Archaeometry e que
analisa os sub-resultados da datação radiocarbono da amostra que foi fornecida ao
Laboratório de Oxford em 1988 questiona
e refuta a validade dos anteriores testes de radiocarbono de 1988 que dataram
uma amostra do tecido do Sudário do século XIII (datação média).
Os autores concluem efectivamente que os resultados demonstram inhomegeneidade
portanto a amostra não é válida e a validade da datação radiocarbono de 1988
deverá ser reconsiderada.
Fornecemos o link para o Abstract
do referido trabalho https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/arcm.12467
De louvar a iniciativa do Dr.
Paulo Portas de trazer ao conhecimento do grande público um tema tão importante
como desconhecido para a maioria dos telespectadores, e sobretudo por ter
realçado informação cientifica fidedigna a questionar a validade dos testes
radiocarbono 1988, contrariamente a outros que fixando-se nos desacreditados
testes e dolosamente «ignorando» novos estudos , tentam com isso desacreditar a
autenticidade do Sudário de Turim.
Todavia sabemos que já desde 2005
a validade dos testes radiocarbono de 1988 que dataram a amostra recolhida do
Sudário no período medieval (1260-1390) foi contestada pelo importantíssimo
trabalho do termoquímico americano Professor Raymond Rogers, o que foi confirmado posteriormente por outros
investigadores, e inclusivamente em 2013
uma equipe liderada pelo físico do Departamento de Engenharia da
Universidade de Pádua, Professor Giulio Fanti aplicou novos métodos de datação
de têxteis em material remanescente da colheita da dita amostra, concluindo que
o tecido do Sudário era datado 280 A.C.
a 220 A.D. portanto poderia ser da época de Cristo mas NUNCA do período
medieval.- convidamos os nossos leitores a revisitarem o artigo deste Blog
de 29/07/2013 «Novo Método de datação de tecidos aplicado ao Sudário de Turim».
Ainda mais recentemente, em 23 de
Maio ultimo um grupo de cientistas italianos coordenados pelo já referido
perito em estatística Professor Benedetto Torrisi, num simposium patrocinado
pela Universidade de Catânia-Itália
re-analisou os sub- resultados da datação radiocarbono dos diversos
laboratórios em 1988 e o que afrmou em entrevista, e transcrevemos no original é:
«È tutto da rifare. C'è la piena certezza
che la Sindone non risale al Medioevo»,
Ou seja afirma categoricamente
que os testes radiocarbono deverão ser
repetidos e HÁ PLENA CERTEZA QUE O SUDÁRIO NÃO É DA IDADE MÉDIA.
Pensamos haver já um manancial de
informação de caracter científico que nos permite afirmar com legitimidade de
que OS TESTES RADIOCARBONO DE 1988 EFECTUADOS NUMA AMOSTRA DE TECIDO DO SUDÁRO
DE TURIM* SÃO INVÁLIDOS, e questionar a autenticidade do Santo Sudário com base
nos desacreditados testes de radiocarbono 1988 demonstra uma ignorância dos
desenvolvimentos científicos.
*Nota: recordamos que a amostra de tecido recolhida do Sudário em 1988 foi dividida pelos três laboratórios-Oxford, Zurich e Arizona
Antero de
Frias Moreira
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